quarta-feira, 25 de novembro de 2020

O mito da mutilação genital de meninas

 


Em nome de uma tradição ritualística de “purificação”, que perdura há séculos, estima-se que haja, em Portugal, cerca de 6.500 mulheres sujeitas ao processo de mutilação genital enquanto meninas. Mesmo sendo uma prática punida com prisão, alguns microuniversos culturais mantêm-na, assumindo os valores da tradição como superiores aos que a lei consagra. E apesar das repetidas denúncias pelas organizações de direitos humanos, só agora surgiu o primeiro caso em julgamento nos tribunais.

Não pode, contudo, a reflexão que se impõe esgotar-se na necessidade de aplicar uma pena exemplar perante o crime hediondo. Imperioso é também refletir sobre o que é ou não legítimo reconhecer e preservar como tradição. A tradição não é uma repetição mecânica do passado. É o passado renovado. Segue, por isso, um percurso que implica perda ou diluição de práticas que, estética ou eticamente, afrontam os novos valores civilizacionais. Se assim não fosse, estaríamos ainda hoje a aplaudir nas ruas muitas das práticas medievais repugnantes.

Sou ainda do tempo em que havia a tradição das lutas de galos nos recreios das escolas. Hoje nenhum miúdo acharia deslumbramento nesse entretém (tal como, certamente, amanhã poucos ou nenhuns de nós o acharão em espetáculos de fácies medievas como são as touradas). No império romano, seres humanos digladiavam-se até à morte nas arenas, perante o aplauso das plateias. São realidades que a civilização extinguiu. Ficaram na história ou na memória, para que sobre elas reflitamos e estudemos, e nada mais.

Rasgar o corpo inocente de meninas, num ato diabolizador do prazer sexual, é roubar-lhes o direito ao futuro, o direito à felicidade. Como tradição, é hoje inconcebível.

(ap)
in JORNAL DE NOTÍCIAS, 25.11.2020

segunda-feira, 18 de abril de 2016

Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor com a presença de Alexandre Parafita


Colégio Casa Nossa Senhora da Conceição, do Porto, vai assinalar o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor no próximo dia 22 de abril (sexta-feira), por ser sábado a data oficial (23 de abril).
 
Para assinalar este dia, foi convidado o escritor Alexandre Parafita, autor cujas obras estão a ser estudadas e trabalhados neste estabelecimento de ensino:

http://colegiocnsc.pt/noticia/dia-mundial-do-livro-2016/

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Colégios de Vila Real celebraram o Dia Mundial do Livro


O Colégio Moderno de S. José e o Colégio de Nossa Senhora da Boavista, em Vila Real, celebraram o Dia Mundial do Livro, no passado dia 23, com a participação do escritor Alexandre Parafita. Apoiadas pelas edições “Livro Directo”, as várias sessões mobilizaram centenas de crianças e jovens, que dramatizaram histórias, recitaram poemas e fizeram entrevistas ao escritor convidado.
 
Ficou reconhecido o trabalho meticuloso, empenhado e criativo de alunos e professores em torno do livro, e ficou também reforçada a convicção de que a leitura aproxima pessoas, encurta distâncias, esbate barreiras, abre horizontes e desvenda caminhos de felicidade. A qualidade dos estabelecimentos de ensino também se afirma em ações desta natureza. E o ambiente de festa que a leitura e o livro conseguem gerar entre as crianças é um dos bons indicadores dessa qualidade.

domingo, 15 de março de 2015

Que tesouros escondem as Lendas?



Integrado no programa do "Dia Aberto 2015" da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Alexandre Parafita vai proferir uma palestra-debate subordinada ao tema "Que tesouros escondem as Lendas?". Será a próxima 4ª feira (dia 18),  às 10h, no auditório 1.10 do Complexo Pedagógico da UTAD.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Colóquio Internacional de Cultura Popular


Vai realizar-se no Auditório Municipal de Boticas, de 6 a 8 de Junho próximo, o Colóquio Internacional de Cultura Popular, organizado pela Câmara Municipal.  Alexandre Parafita, convidado pela organização, apresentará no dia 8 (sábado), pelas 10h, a palestra

Património Imaterial e Cultura Popular: Textos e Contextos.

 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Hoje no Agrupamento de Escolas de Sobreira, concelho de Paredes

Criar hábitos de leitura nos jovens é uma missão fundamental. Perguntava uma menina da primeira fila o porquê de, sendo professor de gente grande, continuar a escrever para crianças. A resposta foi dada na hora, de um sopro, mas fica aqui mais explícita.
 É desde a infância que tudo se constrói. Para o crescimento de uma criança a leitura é tão rica como o leite materno para um bebé. E se o adulto lê um livro porque o seu autor está na moda, porque recebeu um prémio, ou teve boa divulgação nos media, com a criança nada funciona assim. A criança não faz fretes a ninguém. Tão pouco os faz a um escritor por mais consagrado que seja. Lê um livro se obtém prazer nessa aventura. Se tal experiência for uma seca, poderá rejeitar os livros em definitivo, pois associará sempre novas propostas de leitura a essa experiência negativa. Por isso, com um livro pode ganhar-se ou perder-se um leitor. E perdido um leitor na infância, uma infância vivida sem esse alimento imprescindível, pode dar num adulto vazio e oco como os bugalhos, ou seco e mirrado como as palhas alhas. É desde a infância que tudo se constrói.



sábado, 20 de abril de 2013

Semana da Leitura 2013, no concelho de Valpaços

Ontem (19 de abril) em Valpaços (auditório do Centro Cultural) e Carrazedo de Montenegro (Escola José dos Anjos), na Semana da Leitura 2013. Participação ativa e enriquecedora das crianças do 1º ciclo do ensino básico e jardins de infância do mega-agrupamento. Reconhecimento devido para o excelente trabalho das coordenadoras das Bibliotecas Escolares.